Mais uma vez encontro-me aqui, estática, tentando
transparecer uma calma que não é minha para sei lá quem, sei lá por quê. Simulo
que sigo em frente, caminhando, mas todos enxergam que meus passos não avançaram.
Entretanto, persisto negando. Estou caminhando, não veem?
Transformo-me em esteira ambulante, dando passos no ar fingindo
que vou a algum lugar. Permaneço. É apenas uma tentativa carente de calar as
pequenas demonstrações de fraqueza que vazam de meus olhos gritando o quanto
ainda estou, lembrando o quanto ainda não fui.
Furto-me de mim mesma, escondo-me do que sou e fujo do
externo, concentrando-me num espectro arquivado na gaveta mais escondida do que
significo. Esqueço seu número. Esqueço sua pasta. Não quero mais aquele
conteúdo.
Nada mais é concreto em mim. Apenas sinto, sobreposse,
partículas sobreviventes gritantes, de um ser que não é mais, que estancaram
num implorar por descanso. Aflição aguda.
Perdi tudo que tinha e não tinha nada. Transmudei-me em um
número negativo cercado de tantos positivos. Descolori-me em plena metade do
caminho no arco-íris brilhante. Um nada no meio de tudo. Sou o que ficou para
trás perdida num tanto faz que cansou, cedeu. Pois nesse tudo, que é mundo,
nunca houve espaço para o meu nada.
Nossa, tô sem palavras, eu li duas vezes porque é tudo que eu tenho sentido e não consegui transparecer nem através das palavras escritas. Obrigada por isso rs :)
ResponderExcluirLinda. :) Só me orgulha. Tô até escrevendo bonitinho e diferenciando maiúsculas de minúsculas por tua causa.
ResponderExcluirA vida toda é um simulacro de utopias. Viver. Amar. Morrer é quase sempre um pingo de dor, e só.
ResponderExcluirSurpreendente!!! PARABÉNS!!!
ResponderExcluirAmeei essee! *-*
ResponderExcluirGostei muito.
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