quinta-feira, 11 de julho de 2013

Direitas, esquerdas e você

A nossa vida é escrita de maneiras muito estranhas às vezes. Tu foste a contramão que peguei em um desses desafios que a estrada nos dá. Pela escolha tomada, perdi várias paisagens bonitas reservadas lá na frente para mim. A cada quilômetro que percorri para trás, esqueci um pouco do que sou pelo caminho e me tornei mais tu. E a cada grito alheio que ouvi ecoar, dizendo que eu deveria voltar ao meu percurso correto, sorria-me o horizonte à frente, sussurrando: vale a pena.

Entre grandes lombadas e incontáveis buracos, guardo a certeza de que não te caminho por ser mais fácil, nem por ter as melhores visões do pôr do sol, mas por saber que é nessa estrada que me sinto em casa, como nunca antes senti. O céu mais bonito é menos bonito quando não existe um porquê, e tu és o meu. Entre direitas e esquerdas, sempre vou te escolher.

domingo, 4 de novembro de 2012

Deserto, eu


Vendo-me os olhos e vazo por dentro. A água fina e ligeira agora escorre pela garganta. Silenciosa, ela guarda a angústia do não saber e a vontade presa do tentar entender, quando em nada me encontro e o tudo busco. Eclodem as interrogações como luzes para minha visão trancada e a torneira de mim segue aberta. Que passos meus passos acompanham?

A pulsação acelerada implora para que as pernas agitadas parem, então me deito no deserto que por lei da vida me é. Da quietude entoam-se os antes murmúrios e me confundem diante do que já, desde o rudimento, não sei. Tive apenas pressuposições que me levantaram na esteira cronológica dos meus dias e me empurraram para uma estrada cujo percurso eu percorro na contramão.

Que sirva-me, o sol, como sinestesia pura e entre em mim. Que desligue a água que corre e ligue algum calor motivador capaz de dar voz, pois com essa rouquidão dos gritos da vida só é possível chegar ao boteco mais próximo e pedir mais uma música surrada enquanto reclamo do nada, sendo o nada o tudo, e nesse tudo me encontrar, contra vontade. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Isabella Taviani apresenta novo álbum no projeto "Nova no Teatro"

Foto: Catarina Bogéa

O Teatro Abril recebeu a cantora Isabella Taviani nesta terça-feira, 23/10, para o projeto “Nova no Teatro” – uma parceria da Nova Brasil FM com a Time For Fun. O projeto, inaugurado por Oswaldo Montenegro, leva ao palco paulistano grandes nomes da MPB.

Isabella Taviani apresentou seu quinto álbum, “Eu Raio X”. Para a divulgação do novo trabalho, a cantora perdeu 15kg e raspou os cabelos. Durante o show, deu uma breve explicação aos fãs sobre o objetivo do novo disco. “A ideia era permitir me ver por inteira, sem cabelos, nua e livre de qualquer barreira”, disse ela.

O CD gravado teve parceria com a cantora Myllena, que participou do quadro Garagem do Faustão, e produção do baixista André Vasconcellos. O repertório contou com sucessos como “Diga Sim Pra Mim”, “Digitais”, “Último Grão” e “A Canção Que Faltava”, composta para o disco mais recente.

O novo álbum também será apresentado em Aracaju, Salvador e João Pessoa. Isabella volta a São Paulo em dezembro para novas apresentações. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Balanço da esquina


Jogo as lembranças no balanço da praça na esquina com a esperança de que lá no alto elas peguem impulso e voem. Por um momento cruzo os dedos e torço para que o vento assopre-as para o espaço que é imêmore, onde não há gravidade que traga de volta.

Sempre me quis aqui, no chão, onde pudesse alcançar a realidade, ainda que por vezes reclamasse da falta de asas e discorresse insistentemente sobre o quanto desejava voar. Era mentira. Isso requer uma cabeça vazia demais, que não pese e não puxe pra baixo quando você alça voo.

A minha esteve sempre cheia. Sempre tive arquivados espaços próprios para cada pensamento, cada eu, cada você, cada eles, cada nós. E mais tantos outros que nem cabem em pronomes. Ou cabem, mas preferi deixar na lixeira, desativados para mim. Emaranhado de letras desnecessárias.

E lá se instalaram uns alguéns, nunca ditos, presos nos segredos pelos meus dentes travados. Números, imagens, verbos. Tudo isso para me ver outra vez com os braços cansados de tanto empurrar esse balanço que vem e vai e nunca solta no ar o lixo que faz pesar minha mente.

Gravidade, me deixa esvaziar? 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Poesia Colorida


A poesia hoje me chega mais fácil, como as ondas molham os pés de quem está à beira mar. A poesia me chega em forma de sorrisos, escondidas em motivos cuja minha boca quer calar. E cala pra guardar, sei lá... Medo bobo de que roubem ou que as palavras voem para longe. Quero-as comigo, que me fazem companhia.

A poesia, que se foi, hoje me vem, e não tão embaralhada assim. Vem ligeira e não larga. Brilha meus olhos e me colore para o mundo. Então caminho nas pegadas nunca percorridas tentando entender como alguém consegue ver o mundo tão preto e branco e por que os outros nunca se arriscam para tentar conhecer o mar...

Dá uma vontade de gritar: “Ei, essa lagoa aí não é nada perto do azul que tem aqui... Deixem essa trilha pra lá e se enfiem no mato... Procurem algo novo”. Mas que nada... Ninguém escuta. Então deixa pra mim, que não reclamo... Não reclamo nem da falta de outro alguém comigo... A poesia me basta. E não me sai. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Notas avulsas


E se eu dissesse que a transparência de agora se deve ao sentido que tudo fez? O mundo se fez mundo e virou meu. Findo-me no sorriso que furtou lágrimas e seguem me perguntando: por que choras? Se soubessem... se soubessem...


Fez-se relógio que grita o tiquetaquear na cabeça alheia presenteando agonia aos desequilibrados. E aí que subo na minha corda bamba apostando que dessa vez eu consigo chegar ao final, pondo pé-após-pé sem barulhos. Ouço apenas o silencio da minha mente que me tem por inteira e me flutua na corrida do tempo.


Ficou em agosto teu gosto... gosto que agora escorre, percorre e que só um porre é capaz de resolver. Aí me perco aqui, entre teus perfumes, vários perfumes, e conheço todos... Me perco aqui, entre teus risos, poucos risos, que já nem sei. Será que soube alguma vez? Sabe-se lá, lá na esquina, onde talvez tenha ficado um pouco de ti, de nós, ou apenas um pouco da cerveja que bebemos naquela noite. Sei lá...


Agora paro sempre na quarta linha. No mais, arrisco-me no precipício da quinta. E aí as palavras se tornam tão invisíveis quanto a superfície dos meus olhos – virei-me por dentro. E mais uma vez ninguém conseguirá compreender a força que minhas palavras embaralhadas têm e o peso da enorme bagagem que elas levam. Parei agora, antes de chegar ao quase-cair.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ei, você.


Sempre acertei as cartas do jogo da sua vida. E não se preocupe agora. Essa angústia passa. Mesmo que aos pouquinhos. E provavelmente mais devagar que minhas palavras. Mas não feche esse rosto. Você sabe que estou aqui, não sabe? Sempre. E você sabe que eu odeio sempres. Só me permito o seu. E nem sei, mas desde que me conheço quero que seja!

Sinto muito, pequena. A vida tem dessas. Ela traz tristeza, mas bem agarrada a ela está uma luz sendo carregado por algo de verdade, que te chegas no fim da noite, disfarçada. Abre um pouco esse sorriso. Eu adoro o seu sorriso!

Levanta daí. Se precisar de ajuda, avisa. Sabes que vou correndo, então tomamos um vinho, conversamos um pouco, mas nunca sobre ela. Sobre nós, talvez. Sobre alguns sempres. Sobre certeza. Você!

Te faço rir, prometo. Me espera, estou chegando. Levanta desse sofá, lava o rosto, finge que é um jantar legal. Te levo um presente, mas fica presente, tá? Não voa pra trás. Deixa eu te puxar. Volta pro chão. Alcança o relógio. Vive o tempo e te refaz.


Agora abre a porta. Cheguei. Estou aqui. Por você. Pra você.
Leia mais em : http://anjodosblogss.blogspot.com/2011/01/como-bloquear-o-copiar-colar-no-blog.html#ixzz1uiJkywxX Leia mais em : http://anjodosblogss.blogspot.com/2011/01/como-bloquear-o-copiar-colar-no-blog.html#ixzz1uiJkywxX