domingo, 24 de junho de 2012

Ausente Presente


Existem dois tipos de distância: a distância entre corpos, comumente conhecida, e a distância entre almas, sempre presente, entretanto pouco admitida. Sem dúvidas, a que separa fluídos interiores é bem mais complexa e difícil, porém hoje escrevo-me somente na saudade real, palpável, desejando apenas capacidade de caminhar muito e rapidamente para encontrar meu corpo entre abraços de quem tenho longe.
 
Hoje, calo-me no chorar do tardar da noite, enquanto todos silenciam e os soluços abafados parecem ecoar. Hoje, falo só do sussurrar de uma voz conhecida que falta, fazendo puxar pro vácuo o resto que ocupa espaço mas difere nada.

Não estou num monólogo sobre carência, mas num diálogo entre mim e eu sobre aquilo que me tem sem me ter, entre tanta estrada que corrompe espaço de uma alma preenchida, presente do ausente.

Hoje, termino-me em alguém, alguéns, nos próximos distantes, no meu eu que só consegue se ser quando está perto de quem realmente é matéria. Termino-me em quem em partes me é e por isso me faz. 

5 comentários:

  1. É leitura para gente grande. Parabéns, Cat. Sempre surpreendendo.
    Beijo.

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  2. Coisa mais linda do mundo, você.

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  3. Texto belo, sem palavras!!

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  4. Cat, isso me deu aflição... Tô com um nó na garganta.
    Não vejo a hora de te abraçar.

    Um beijo da tua tia Jesus.

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