Bom é desmanchar-te nas páginas de um livro. Descobrir-te
entre verbos jogados por outra pessoa que te vive e nem sabe. Bom mesmo é te
encontrar no alheio quando tu te perdes na estrada conhecida. Ou achar
companhia distante que te ensina a caminhar nas curvas novas repletas de
buracos, sempre presentes até nos mais belos caminhos.
Vi-me cega num lapso de nervosismo enquanto dirigia em alta
velocidade em uma rodovia repleta de caminhões. Foram as vírgulas não vistas
pelos outros que pararam o tempo. Foram os tantos ques que me tiraram do
caminho exatamente quando eu precisava. E gritaram. Gritaram para eu tomar
cuidado.
Às vezes, o velho "conhece-te a ti mesmo" é a
deixa necessária para nos permitir conhecer pelo outro que nem mesmo
nos sabe. Às vezes, nem mesmo o pensar
adianta para refletir sobre o feito por ti. Então deixa alguém te entrar,
deixa alguém te saber. Deixa que alguém te faça sentir o que sentes e ainda não
floriu.
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