Sigo com a ideia fixa de que a vida se derrete no relógio
corrido marcando a hora certa. Não me apetece quem vive além ou aquém, em
sonhos ou fotografias. Viver o adormecer ou o tédio de um domingo comum me
parece bem mais coerente do que sofrer doses de nostalgia num recordar
atordoado de algo caído no infinito da vida.
Reviver é bom, querer é necessário, porém prender-se em
algum dos extremos de um cabo de guerra é como pedir para a pessoa do outro
lado soltar e, neste momento, seus ossos se quebrarem no chão. Bom mesmo é
permanecer de fora, largar a corda e correr de braços abertos buscando as horas
que escorrem em você. Bom mesmo é se presentear do presente.
É no agora que a gente se faz, se vive e pode se ser. No
antes, fomos. Como bons humanos mutantes, modificamos. No próximo, seremos. Não sabemos. Os móveis quebraram, as
paredes sujaram e tudo apenas consertará se a atitude nascer. Por isso, faço-me
viver no tempo que grita e diz: deixa ser, deixa suceder.
Muito bom, adorei aqui. Gosto dessa coisa do "deixa ser", "deixe estar". Tô seguindo.
ResponderExcluirBeijo.
"É no agora que a gente se faz, se vive e pode se ser." Lindo!
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