Te encontrei esta noite, escondida debaixo do travesseiro da
minha respiração. Te olhei esta noite, cabisbaixa, com a voz falha. Te lembrei
esta noite, quase nada, mas muito. Mas vou dizer: te pensei esta noite. Pensei
tanto que quase me esqueci de não pensar. E esqueci.
Te esqueci esta noite, porque te pensava enquanto te quis,
aí não quis mais. Te pensei enquanto devias me pensar, mas tu não pensavas.
Estavas ocupada demais a recordando. Então nos desencontramos no olhar da
memória. Eu também, não posso negar.
E assim nos perdemos, nos muitos pensamentos que evitamos e
prendemos. Nos perdemos nos muitos sussurros que guardamos, esquecemos. Nos
perdemos por uma estancada na linha de chegada, e nunca saímos. E agora?
E agora deixa. Deixa, porque escorreu. E já era. Te pensei
somente porque me lembrei de lembrar. Esqueci que precisava esquecer, porque já
tinha esquecido. Deixa, porque não há mais nada a fazer.
Vou agora, cansado, me encontrar, pois acho que me perdi um
pouco na áurea do teu amar, que nunca foi meu. Não a julgo. O meu também nunca
foi teu. Então deixa estar.
Muito bom!! Adoro sua escrita.
ResponderExcluirJá te disse, né? Seus textos são mágicos! Beijão!
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