E se eu dissesse que a
transparência de agora se deve ao sentido que tudo fez? O mundo se fez mundo e
virou meu. Findo-me no sorriso que furtou lágrimas e seguem me perguntando: por
que choras? Se soubessem... se soubessem...
––––
Fez-se relógio que grita o
tiquetaquear na cabeça alheia presenteando agonia aos desequilibrados. E aí que
subo na minha corda bamba apostando que dessa vez eu consigo chegar ao final,
pondo pé-após-pé sem barulhos. Ouço apenas o silencio da minha mente que me tem
por inteira e me flutua na corrida do tempo.
––––
Ficou em agosto teu gosto...
gosto que agora escorre, percorre e que só um porre é capaz de resolver. Aí me
perco aqui, entre teus perfumes, vários perfumes, e conheço todos... Me perco
aqui, entre teus risos, poucos risos, que já nem sei. Será que soube alguma
vez? Sabe-se lá, lá na esquina, onde talvez tenha ficado um pouco de ti, de
nós, ou apenas um pouco da cerveja que bebemos naquela noite. Sei lá...
Agora paro sempre na quarta
linha. No mais, arrisco-me no precipício da quinta. E aí as palavras se tornam
tão invisíveis quanto a superfície dos meus olhos – virei-me por dentro. E mais
uma vez ninguém conseguirá compreender a força que minhas palavras embaralhadas
têm e o peso da enorme bagagem que elas levam. Parei agora, antes de chegar ao
quase-cair.
Perfeito.
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