A poesia hoje me chega mais fácil, como as ondas molham os
pés de quem está à beira mar. A poesia me chega em forma de sorrisos,
escondidas em motivos cuja minha boca quer calar. E cala pra guardar, sei lá...
Medo bobo de que roubem ou que as palavras voem para longe. Quero-as comigo,
que me fazem companhia.
A poesia, que se foi, hoje me vem, e não tão embaralhada
assim. Vem ligeira e não larga. Brilha meus olhos e me colore para o mundo.
Então caminho nas pegadas nunca percorridas tentando entender como alguém
consegue ver o mundo tão preto e branco e por que os outros nunca se arriscam
para tentar conhecer o mar...
Dá uma vontade de gritar: “Ei, essa lagoa aí não é nada
perto do azul que tem aqui... Deixem essa trilha pra lá e se enfiem no mato...
Procurem algo novo”. Mas que nada... Ninguém escuta. Então deixa pra mim, que
não reclamo... Não reclamo nem da falta de outro alguém comigo... A poesia me
basta. E não me sai.
Sempre maravilhosa!
ResponderExcluir