Impulsiva assumida, contrario-me no julgar enquanto me faço
sentimento. Nunca afirmei serem as minhas atitudes as corretas. Ao contrário:
sou esquerdista, faço parte da acusação, juiz condenador do réu que tenho em mim.
E confesso: culpada. Nunca disse que estava certa. Aliás, nunca disse que
estava nada.
Não estou. Nunca estive. Meu corpo sempre teve como diversão
preferida ir contra minha mente, desafiar meus pensamentos, agir à tangente do
meu querer. Na verdade, em partes, é só o que faço: erro. Sem propósito,
encontro-me dirigindo nessa estrada de erros onde, a cada parada, meu corpo
encontra a ponte da qual se jogar.
Engraçado: já sei dos pulos dados, já conheço o meu chegar
despreparado, sei que não posso me aproximar do precipício, que olhar para
baixo me faz cair, até quando penso na dor. Não deveria me deixar levar, de
novo, de velho, de sempre. Entretanto, não sei. Na hora, sempre me encontro
pensando se vou voar. Por um segundo, talvez. Por um milagre, claro.
Empurro-me. Caio. Não voo. E morro-me. Em todos os sentidos da
morte, menos no verdadeiro. Então me condeno. Novamente, culpada! Homicídio
doloso. Só não me pergunte por quê. Eu nunca sei responder.
Catarina
ResponderExcluirPermita me apresentar:...
Seu Fã!!!
Neyvan, muito obrigada! Fico muito feliz com isso!
ExcluirAbraços.